O milagre
Sempre esqueço e me impressiono com a mentalidade retratada nos filmes da época da caça às bruxas, principalmente os europeus.
Uma enfermeira é contratada por um comitê de uma pequena cidade da Irlanda, onde acontece um milagre: uma jovem vive sem comer absolutamente nada há mais de 4 meses.
A tarefa da enfermeira é observar e relatar os acontecimentos, juntamente com uma freira, que revezará os turnos com ela e não devem se comunicar ou relatar suas observações entre si.
Percebemos de imediato, que a missão é ser a carcereira da menina, para testemunhar que a mesma não come realmente, mas a orientação é para alimentá-la caso ela solicite, encerrando a provação.
A ciência não deixa a enfermeira acreditar no milagre e depois de muitos dias de observação, ela consegue descobrir a farsa.
Mas também descobre que ninguém quer que a mesma seja encerrada, o comitê é informado das descobertas, mas acusa a enfermeira de mentir e logo se percebe a busca uma santa para o vilarejo, mesmo as custas da vida de uma jovem inocente.
A menina busca a redenção para si e para alguém que muito ama e queima no fogo do inferno por seus atos secretos.
A morte é seu objetivo, mesmo não tendo idade suficiente ou maturidade para entender realmente o que está fazendo, suporta com resignação todo o sofrimento de seus últimos dias.
Os perigos do orgulho, crença e os pecados confrontados mostram uma sociedade que parece tão distante, mas ao mesmo tempo, tão tristemente reconhecível.
Apesar de baseado numa obra de ficção, os fatos explorados realmente ocorreram naquela época, alguns médicos atuais afirmam que foi uma epidemia de anorexia, mas um caso semelhante ao retratado nesse filme, levou a jovem a óbito após uma semana de acompanhamento médico.
A enfermeira tenta salvar a menina à revelia de todos, arriscando a própria vida nessa missão.
Atuação magistral de Florence Pugh que só conheci como a irmã da Viúva Negra do Universo Marvel.
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