True Detective - Terra noturna

     A primeira temporada da série teve bastante sucesso e contou com dois astros carismáticos, em papéis controversos e marcantes.

    As duas temporadas seguintes, não tiveram relação com a primeira, mas agora apontaram várias nuances e o interesse cresceu.

    Ambientado no Alasca, logicamente gravado em locações mais acessíveis, a trama se desenrola nos dias escuros da região gelada.

    Jodie Foster tem atuação marcante, mais uma da atriz que se tornou sensação ainda criança, encontraram uma parceira competente, na lutadora campeã de boxe que interpreta sua indesejada parceira na busca investigativa de assassinatos com tons sobrenaturais.

    A xerife Danvers fechou-se para o mundo, criando uma casca protetora e antagonista, após a trágica perda do marido e filho em um acidente de transito.

    A sua ex-parceira, Navarro, agora é patrulheira e um segredo separa e une as duas.

    O assassinato de uma parteira local nunca foi resolvido e parece a premissa da separação da dupla de detetives, já que Navarro ficou obcecada e sem pistas para desvendar o crime.

    O que parecia ser o desaparecimento dos 8 cientistas que viviam em uma estação de pesquisas, revela-se perturbador e macabro, ao serem encontrados nus, congelados e grudados numa forma que lembra uma estatua bizarra.

    A cidade é dominada por uma mineradora, que é acusada pela população de poluir o ambiente, deixando a água preta e causando doenças nos habitantes e a morte dos nascituros.

    A xerife tem companhia de uma equipe simplória, despreparada e a sabotagem constante do antigo favorito ao cargo.

    O filho dele também é policial e parece ser o único capaz de ajudar em alguma coisa, sofrendo em casa, com as constantes demandas da xerife, que não tem horário ou dia para acionamento.

    Os primeiros episódios pareciam levar a um bom desenrolar, insinuando conexões com a primeira temporada, mas dá uma travada no quarto e termina o quinto de forma auspiciosa, com uma frenética ação no final.

    Deixaram para contar tudo no último episódio, mas ai as decepções foram se acumulando...

    Danvers e Navarro encontram a caverna onde aparentemente a parteira fora assassinada.

    Um chamado místico leva Navarro diretamente a um laboratório clandestino, encrustado no gelo.

    Aliás, o túnel de gelo é bem patético...

    Lá encontram a provável arma do assassinato e o foragido cientista que não morreu junto com o restante da equipe.

    O seu interrogatório sob tortura leva a uma revelação mística, mas relata o que aconteceu com a parteira, totalmente inacreditável e sem coerência, ocultando sua participação definitiva na ação.

    O apontamento do envolvimento da mineradora é algo totalmente fora de propósito também, mas vá lá.. 

    Uma empresa destruir toda uma comunidade por ganância não é tão incomum, apesar de parecer exagerado na situação.

    Seria a loucura uma parceira dos envolvidos na trama?

     Um grupo de cientistas, perderia totalmente o senso e razão pela perda de seu trabalho de anos?

      A vida reclusa extinguiu sua humanidade, compaixão e juízo?

    Em uma cena mais patética ainda, as detetives encontram uma pista que leva a uma das habitantes locais, facilmente identificável por um defeito físico.

    Na conversa com ela, finalmente a verdade sobre a morte dos cientistas l aparece, assim como uma lista talvez inesperada de envolvidos, mas a forma como chegaram a conclusão do primeiro assassinato é totalmente infundamentada e novamente vaga.

     A superstição aponta que simplesmente culparam a todos os presentes e os deixaram a julgamento do monstro da neve.

    O tema sobrenatural ficou no ar, confundindo-se com doenças mentais para deixar o espectador na dúvida.

    Mesmo que tenham introduzido algumas imagens de fantasmas, vozes sussurradas, objetos aparecendo do nada, preferiram deixar o tema aberto.

    Poderia ter sido excelente, mas ficou médio principalmente pelo final raso e cheio de soluções banais.