Matrix Ressurections

      A trilogia Matrix foi mais que um sucesso nos cinemas, revolucionou algumas técnicas de filmagem, trouxe imagens em cenas belíssimas, exaltou sem constrangimento o fetiche por couro e óculos escuros e deu nó na cabeça de muita gente, nerd ou não.

    Os irmãos Wachowski nunca mais foram os mesmos literalmente, passaram por uma mudança de gênero e apenas Lana assina a ressureição.


    O filme pode ser visto como uma homenagem, mas traz muito da sua criadora, que leva a crer que houve uma pressão dos estúdios para a produção e mostra um processo criativo caótico e impossível, já que a trilogia parecia ter findado.

    Muitas cenas se repetem, mas poucos dos personagens principais retornaram, além do casal central, apenas Jada Pinket Smith aparece dura e envelhecida e Lambert Wilson, numa caricatura também envelhecida e bizarra do Merovingian.

    Insistiram em trazer os personagens de Morpheus e Smith com outros atores, fazendo interpretações que parecem caricaturas e obviamente, desapontaram todos os fãs.

    O destaque no elenco é o novo arquiteto, vivido por Neil Patrick Harris atrelado irremediavelmente ao Barney de How I met your mother! Ah é, tem aquela apresentação desastrosa de cuecas no Oscar também...

    Por mais homenagem que seja, a pretensa fusão da história da diretora/escritora com a trama não caiu bem.

    A ideia da ressurreição é totalmente falha e a nova Matrix programada para Thomas Henderson não faz sentido algum, nem mesmo como uma forma de punição, tornando-o criador de uma trilogia de jogos para computador, debilitado e atormentado por visões e alucinações que trata com um psicólogo.

    Além dos cortes misturando as cenas atuais com as da trilogia, a projeção de imagens dos filmes anteriores como parte dos videogames parece exagerado e forçado.

    Além das cenas explicitas, há inúmeras referências, diretas e nada sutis, como o antidepressivo/calmante prescrito que vem em cápsulas azuis, o novo coelho que não é mais branco, o gato preto que agora tem nome, Deja Vu, a repetição óbvia da falta de criatividade para explorar ou explodir os desejos dos fãs novamente.

    O filme tenta compensar com imagens que são mais do mesmo, ironizando o próprio roteiro, faltou originalidade e frescor, uma obra prima não se recria assim...

    Assista sem muita pretensões, com olhos saudosistas e sem esperar nada mais que uma homenagem, num tom mais deprimido, com quase 2h30.

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