Obi-Wan Kenobi

      O Universo de Star Wars é antigo e muito cultuado, mas as diversas mídias utilizadas me deixaram perdido na trama e na sequencia dos filmes.

    A trilogia final parecia enterrar definitivamente a franquia de sucesso e já temos previsão de um novo filme para o final de 2023, mesmo com as três trilogias originalmente pensadas por George Lucas finalizadas.

    Por isso, Mandalorian foi uma surpresa muito boa, trazendo o caçador de recompensas espacial para um clima de faroeste americano dos mais tradicionais.

    Além do personagem principal e bom elenco de apoio, o baby Yoda fascinou e conquistou a todos.

    Já no livro de Boba Fett, o personagem principal não tem o carisma desejado, assim a série é salva pelo retorno dos personagens de sucesso de Mandalorian, o próprio, Luke e Grogu.

    Os personagens secundários são mais interessantes, como o Santo, a assassina oriental e até o monstro Remorso.

    Agora chegou a série para preencher a lacuna na estória de Kenobi, que foi introduzido na primeira trilogia, já idoso e guardião secreto e discreto de Luke em Tatooine.

    A outra parte, finalizou com a luta decisiva que originou a criação do maior vilão da franquia, com a aparente morte de Anakin.

    Agora, dez anos após esse acontecimento, encontramos um Ben totalmente derrotado e subjugado pelos seus fracassos, longe do bem humorado e animado personagem da trilogia final.

    Seu objetivo maior é guardar e proteger Luke, entregue a família adotiva em Tatooine, lembrando a aparição inicial do personagem.

    Completamente perdido em sua culpa e sem esperança, leva a vida de forma simples e até covarde, evitando a todo custo qualquer envolvimento que possa revelar seus dias de glória.

    Não lembro da figura dos inquisidores nos filmes, mas me remeteu imediatamente ao jogo Jedi Fallen Order, inclusive  com a presença da terceira irmã mesmo que bem diferente da forma apresentada no jogo da EA.

    Percebemos a sua ambição e a grande interpretação mostra que poderá ser a grande vilã da série, mesmo com a presença já no começo de Darth Vader.

    Ela consegue executar um plano para atrair Ben a uma armadilha, usando a princesa Leia como isca, devido a amizade anterior com seu pai.

    A série começou muito bem, será curta como todos os títulos da Disney, mas os dois episódios iniciais deram um tom que faz justiça aos fãs.

    O terceiro episódio chegou com o grande Darth Vader e a estranha e incômoda situação de Ben, que segue totalmente abobalhado.

    A princesa Leia mostra a sua perspicácia e também fragilidade, aparecem aliados importantes e a Terceira Irmã parece conseguir seu objetivo.

    A voz original de Vader e sua presença salvam o episódio, que seguiu mostrando um Ben cada vez mais longe de um dos maiores Jedi que já foi.

    Começa a incomodar a direção que traz cenas muito estranhas para um dos mais cultuados temas do cinema e artes, não sei se a intenção é trazer graça, quase num estilo pastelão.

    Outra explicação poderia ser o poder da Força em algumas situações, como a conversa com os troopers, mas outras não tem jeito, as cenas de luta estão muito ruins.

    O quarto episódio finalmente traz de volta o Jedi e muito mais do Fallen Order.

     A entrada na fortaleza submersa dos inquisidores e a forma de fuga são exatamente as mesmas do jogo.

    Vemos também os troupers de armadura preta e detalhes em vermelho que não apareceram em filmes anteriormente.

    Mudando o ritmo da série, concentra-se na aventura do resgate da princesa aprisionada na base inimiga.

    A saída da princesa escondida é novamente ridícula, assim como a falta de pontaria dos troopers.

    E o quarto episódio foi apenas para eliminar um personagem carismático e até então bastante ativo, além de mostrar a intenção secreta da Terceira Irmã e o que parecia ser o seu fim, acaba por indicar um novo caminho.

    Obi Wan Kenobi já aparece no meio da Força, ainda longe de seu auge, mas provavelmente não veremos mais aquele jovem alegre e impetuoso.

    Os efeitos visuais no treino do passado foram decepcionantes, como todas as tentativas de mostrar um rosto rejuvenescido por mais que alguns segundos.

    O episódio final mostra o reencontro entre mestre e aluno, onde é mais uma vez possível ver a grande tristeza que Obi Wan tem pelo caminho escolhido pelo seu grande amigo.

    A vingança de Reva chega ao fim, mais um roteiro desperdiçado por uma direção que buscou caminhos fáceis e preguiçosos.

    O último encontro de Obi Wan com a princesa Leia, traz as lembranças mais doces para fortalecê-la ainda mais.

    As músicas grandiosas ainda impactam na sua força junto ao personagem tema.

    Achei interessante a menção ao último jogo disponível, alguns achavam até que Cal Kestis apareceria na série.

    Além disso, a atualização de alguns visuais e a tristeza de ver como envelheceram mal as naves espaciais mais idolatradas da história do cinema.

    Não sei se os maiores fãs gostaram dessa minissérie sobre um dos personagens mais marcantes do universo Star Wars, mas certamente ficaram satisfeitos com o ápice presente em praticamente todo último episódio.

    Entre as homenagens mais sutis, os 6 episódios referenciam os 6 filmes originais também denominados como episódios.



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