Station Eleven

 

     A imaginação não consegue superar a realidade, mas Station Eleven conta a estória de uma pandemia de gripe que dizima a humanidade, não se preocupa com a politica, com o livre arbítrio ou com medidas de saúde e vai curto e grosso para um extermínio imediato.

    O formato de mini-série é meu favorito atualmente, tem mais tempo para contar a estória, essencial para obras baseadas em livros e não se estende demasiado como as tradicionais, que contam com 20 ou mais episódios.

    Além de baseado num livro, um dos principais personagens é também um livro, ilustrado, inspirador de duas vertentes contrárias na narrativa bem construida.

    Kiki é uma menina de 8 anos, aspirante a atriz de teatro e personagem principal de Station Eleven.

    Sobrevive com o auxílio de Javeem, que aparece em sua vida por acaso, na estreia de uma peça de Shakespeare e apesar de aterrorizado e com medo de tudo, cheio de defeitos e forte em sua convicção de sobrevivência, consegue ajudar a menina durante o fim do mundo e no começo do novo.

    O pós-pandemia é um mundo vazio de pessoas, mas como pequenas tribos, se unem para enfrentar as adversidades.

    A tecnologia se perdeu com a eletricidade, as comodidades do mundo moderno simplesmente sumiram.

    A menina junta-se a uma trupe de artistas que com o passar do tempo, interpreta Shakespeare nas pequenas comunidades que os acolheram sem animosidade, em um trajeto que chamam de roda.

    Mas um desconhecido levanta suspeitas e logo temos outro personagem, seria o profeta o vilão maior, disposto a acabar com a arte?

    A edição não é linear e mostra várias épocas dos acontecimentos, pelo menos indicando de forma clara quando ocorreram.

    Conhecemos então as estórias dos personagens principais, suas motivações e os percalços que tiveram no caminho até chegarem ao presente do futuro que não é sombrio, apenas um recomeço, esperançoso e feliz, como todos esperam que uma obra de ficção seja.

    O livro foi publicado em 2014, a autora canadense nasceu em 1979 e ganhou vários prêmios com essa obra.

    O enredo e narrativa não se preocuparam com a realidade e seus detalhes, quem viveu um final de semana num apartamento sem eletricidade e água surtou com a ideia de ficar quase 3 meses nessas condições.

    Apesar de lançada na metade final de dezembro, só assisti agora no final de janeiro, mas já coloco na lista das minhas favoritas do ano.